Falando dos mitos gregos que inspiraram Eros, além do mito de Eros e Psiquê, há também o mito do Andrógino. Segundo esse mito, o ser humano é descendente de uma criatura de oito membros
(quatro braços e quatro pernas), duas cabeças e dois sexos. Com um tronco
cilíndrico, essa criatura era veloz e
extremamente hábil fisicamente, além de muito inteligente. Desejando
adquirir a sabedoria divina, ela decidiu pegar um pouco do fogo do conhecimento
dos deuses. Para isso, usou suas incríveis habilidades corporais para subir
rolando até o topo do Monte Olimpo, onde moravam os deuses.
Os deuses
consideraram essa atitude uma audácia que deveria ser punida. Então, para
castigar a criatura, Zeus, o deus soberano do Olimpo (também conhecido como
Júpiter), partiu cada criatura na metade, ficando cada metade com quatro
membros (duas pernas e dois braços), apenas um sexo e um tronco semicircular.
Depois de partida cada criatura, as metades eram jogadas solitariamente à
Terra. Desse modo, as metades foram condenadas a viver sentindo saudade,
sentindo falta de algo que as completasse. Quando duas metades de uma mesma
criatura se encontravam, elas se agarravam uma à outra e experimentavam um
prazer indescritível, conhecendo novamente a completude.
Esse mito
pode ser interpretado de duas maneiras. Por um lado, pode-se acreditar que para
a plenitude ser atingida, é necessário encontrar a pessoa que nos completará -
nossa metade perdida. Por outro lado, pode-se tomar como pressuposto o fato de
que o ser humano é capaz de vivenciar diferentes tipos de plenitude, e que a
plenitude vinda do amor sexual é uma plenitude peculiar caracterizada por uma
fusão química e afetiva com o outro: a paixão é um tipo único de fusão.
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