sábado, 11 de março de 2017

O mito do Andrógino




Falando dos mitos gregos que inspiraram Eros, além do mito de Eros e Psiquê, há também o mito do Andrógino. Segundo esse mito, o ser humano é descendente de uma criatura de oito membros (quatro braços e quatro pernas), duas cabeças e dois sexos. Com um tronco cilíndrico, essa criatura era veloz e extremamente hábil fisicamente, além de muito inteligente. Desejando adquirir a sabedoria divina, ela decidiu pegar um pouco do fogo do conhecimento dos deuses. Para isso, usou suas incríveis habilidades corporais para subir rolando até o topo do Monte Olimpo, onde moravam os deuses.
Os deuses consideraram essa atitude uma audácia que deveria ser punida. Então, para castigar a criatura, Zeus, o deus soberano do Olimpo (também conhecido como Júpiter), partiu cada criatura na metade, ficando cada metade com quatro membros (duas pernas e dois braços), apenas um sexo e um tronco semicircular. Depois de partida cada criatura, as metades eram jogadas solitariamente à Terra. Desse modo, as metades foram condenadas a viver sentindo saudade, sentindo falta de algo que as completasse. Quando duas metades de uma mesma criatura se encontravam, elas se agarravam uma à outra e experimentavam um prazer indescritível, conhecendo novamente a completude.
Esse mito pode ser interpretado de duas maneiras. Por um lado, pode-se acreditar que para a plenitude ser atingida, é necessário encontrar a pessoa que nos completará - nossa metade perdida. Por outro lado, pode-se tomar como pressuposto o fato de que o ser humano é capaz de vivenciar diferentes tipos de plenitude, e que a plenitude vinda do amor sexual é uma plenitude peculiar caracterizada por uma fusão química e afetiva com o outro: a paixão é um tipo único de fusão.










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